quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A lei é igual para todos?

Aos que moram no Brasil, a pergunta do título é meramente retórica. Sabemos que não.

No final de semana passado, fui à praia com alguns amigos e entrei em um acalorado debate mais ou menos sobre o assunto acima. Não tenho noção de quantas vezes já desrespeitei a lei, porém a minha percepção de mundo está mudando. E estou começando a levar mais em consideração a responsabilidade que temos perante nossas escolhas.

Beber e dirigir é crime. Agora, tu que tem escolaridade, fez direito, ou conhece alguém que fez, já ouviu falar a clássica frase "ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo" (e variações). Agora me diz, bebeu, dirigiu, a lei diz que é crime, é justo não querer fazer o bafômetro? Não sei, conforme falei - e até muito mais influenciado pelas crenças que tenho -, não acho "honesto" não querer fazer o teste para verificar a quantidade de álcool no sangue.

Vou omitir algumas outras opiniões, para não estender muito um post tão ideológico.

Adaptando George Orwell, a lei é igual para todos, mas ela é mais igual para uns do que para outros.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mudanças

Eu acho que já não tinha mais esse cabelo da foto do perfil da última vez que postei. Faz mais de um ano da última vez que postei. Muita coisa mudou neste meio tempo. Coisas aconteceram, começaram, recomeçaram, acabaram, mudaram, progrediram, regrediram entre tantos outros verbos conjugados no pretérito mais que perfeito. Mas sem dúvida, o que mais mudou minha vida nesses últimos meses, foram os livros. Deveria lamentar o quanto demorei a perceber isso, mas também aprendi que lamentar é perda de tempo. E como disse Leoni (em uma frase que uma amiga minha citou nos últimos dias): Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa. Estou me sentindo meio enferrujado para escrever, mas vim aqui porque me senti na obrigação de não deixar este blog abandonado. Ainda mais depois de ter feito "propaganda" dele esses dias.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Nós somos os nossos arrependimentos.

Ultimamente tenho pensado muito sobre quem eu sou, para que estou aqui, minhas atitudes etc.  Conseqüentemente, também penso sobre o comportamento alheio. Hoje ao final de uma aula pela manhã, saí um pouco do meu corpo, e me vi filosofando com um colega (eu falava muito mais que ele – não sei se isso indica desinteresse, discordância ou simples atenção) sobre o comportamento da minha geração, das anteriores, e das futuras.  Não é sobre as diferenças entre as gerações que quero falar (isso fica para um próximo post), mas a conversa embasou ainda mais algo que pensei um dia desses. Nós somos o nosso arrependimento.
Deixamos de fazer aquilo que nos arrependemos. E este arrependimento (que pode ser interpretado como erros que nos ensinam) vai moldando a nossa personalidade. O único problema é quando este sentimento vem à tona quando não há mais tempo de voltar atrás. Agradeço todos os dias, por ter descoberto que, tratar bem os nossos pais, é simples obrigação, mas que nos traz um conforto imensurável. A paz familiar é uma das coisas que dinheiro nenhum no mundo pode comprar, e está intimamente ligado à felicidade de cada um.
Fiz algumas coisas nos últimos dias, que (parcialmente) desagradaram aos meus pais. Coisas estas, que há cerca de 5 anos atrás, foram motivo de conflitos intensos, fazendo inclusive com que eu e minha mãe passássemos o nosso aniversário separado (nosso porque “completamos primaveras” no mesmo dia). Hoje, me arrependo amargamente disso. E tenho certeza que ela também tem a consciência de que aquela “guerra” travada durante um tempo, não levou a nada.  Sendo assim, cada um tolera um pouco o que aconteceu, e por ter se arrependido de atitudes anteriores, não repete o erro.
Percebe onde se cruzam e se diferenciam  o “arrependimento” e o “aprender errando”? Tu pode errar, mas se não te arrepender, vai errar novamente. Só o arrependimento faz com que percebas o erro, e então molde uma nova atitude diante de certos acontecimentos.
Ou seja, nós somos moldados pelos nossos arrependimentos.

domingo, 15 de agosto de 2010

A adoração da arte

Esses dias, em uma conversa com uma psicóloga, ela me disse que a adoração da arte vem da identificação do espectador com a mensagem que o artista quis transmitir. Bom, deve ser por isso que não consigo admirar artes muito abstratas. Não sei interpretá-las, sou muito literal. Foi aí que me ocorreu a lembrança do quanto admiro Los Hermanos [aliás, lembrei agora que sonhei que alguém que eu gostava bastante (não lembro quem - sonhos são assim) tinha me dito que odiava Los Hermanos, e aquilo me decepcionou bastante], e percebi exatamente o porquê dessa adoração. Há muitos anos já me identificava com a música "De onde vem a calma" principalmente com o trecho a seguir:

De onde vem a calma daquele cara?
Ele não sabe ser melhor, viu?
Como não entende de ser valente?
Ele não saber ser mais viril
Ele não sabe não, viu?
Às vezes dá como um frio
É o mundo que anda hostil

O mundo todo é hostil

De onde vem o jeito tão sem defeito?
Que esse rapaz consegue fingir
Olha esse sorriso tão indeciso
Tá se exibindo pra solidão
Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão


O Marcelo Camelo conseguiu expressar o que eu sentia. Conseguiu me definir (obviamente não foi feita para mim, mas eu me identifiquei), coisa que eu não tinha conseguido ainda. Creio que hoje já tenha encontrado a minha essência. E a terapia me ajudou com isso, e não só com isso, tive algumas atitudes nos últimos meses que finalmente posso chamar de atitude, até então eu era levado pela maré. Agora não, agora sei o que quero, sei o que sou, e então ouvi outra música deles que me chamou muita atenção "Primeiro andar":


Já vou, será
eu quero ver
o mundo eu sei
não é esse lá


por onde andar
eu começo por onde a estrada vai
e nao culpo a cidade, o pai


vou lá, andar
e o que eu vou ver
eu sei lá


não faz disso esse drama essa dor
é que a sorte é preciso tirar pra ter
perigo é eu me esconder em você
e quando eu vou voltar, quem vai saber


se alguem numa curva me convidar
eu vou lá
que andar é reconhecer
olhar


eu preciso andar
um caminho só



Eu sou literal, preciso de explicações, preciso de sentido (posso notar isso em todos os projetos, conversas, atividades, etc que participo). A abstração não me diz muita coisa. E o que não me diz nada, não me interessa. Mesmo sendo falha de interpretação minha.

sábado, 14 de agosto de 2010

A idade e os sentimentos

Psicografia!


Sonhado em 12/08/2010

Idealizado em 13/08/2010

Feito em 14/08/2010

Doado em ?

Transtorno Déficit de Atenção

Postado originalmente em agosto/2010

Hoje não vi um filme. Vou ver ainda. Ainda Orangotangos o nome. Foi filmado em Porto Alegre, e o meu bairrismo aumenta a vontade de vê-lo. Ouvi falar há algum tempo dele e, confesso, havia esquecido completamente. Ao ‘zapear’ os canais, vi que vai passar no Canal Brasil. Assistirei. Se escreverei? Não sei.

Hoje me propus a escrever sobre um tema. E esqueci do tema. Esqueci, porque esqueço muitas coisas que penso durante o dia. Hoje pela manhã, fui para o trabalho, sabia que tinha umas três coisas essenciais para fazer antes que saísse para um compromisso em PoA às 11h30. Cheguei e logo fiz uma delas, no meio disso, lembrei de outra pendência a ser solucionada. Ao abrir a gaveta, pensei então que aquele papel que vi ali dentro, precisava também ser analisado. Coloquei-o em cima da mesa, o telefone tocou, atendi. Ao desligar, o papel já foi colocado embaixo do teclado, junto com outras coisas “esquecidas”. Abri o email, respondi um, em um segundo email me solicitaram o manual de uma máquina, fui procurar no site do fabricante. Então lembrei que tinha que imprimir um terceiro email para minha irmã. Ao tentar conectar meu computador ao servidor de impressão, me dei conta de que ele ainda estava desligado. Tive que levantar para ligá-lo. Quando voltava para minha mesa, lembrei que precisava emitir a NF de uma mercadoria que embarcaria hoje. Sentei na frente do computador, olhei os emails, reli o email pedindo o manual da máquina, lembrei que tinha uma aba do navegador que estava aberta pois eu já tinha começado essa procura. Recomecei, não achei e respondi o email informando isso. Lembrei de comentar alguma coisa com um amigo, abri a janela do msn e o chamei. Outro me chamou e pediu para que eu fizesse um favor, fiz. Quando o primeiro amigo respondeu, não lembrava mais o que queria, pois alguém no twitter tinha mandado um link interessante que acabei abrindo. Li, era uma crônica muito boa, então copiei e passei por email para algumas pessoas que poderiam se interessar por ela. Agora… o que eu tinha que fazer mesmo? Ah sim, imprimir o email para minha irmã, ok, imprimi. E agora? Dois segundos parado são suficientes para lembrar de qualquer besteira que na noite anterior pensei enquanto tentava dormir, e abri o Google para pesquisar. Não achei nada interessante, mas perdi preciosos 10 minutos. Lembrei o que queria falar para o amigo do msn, falei. Ok, e agora? Ah sim, a nota fiscal que precisava emitir, peguei o talão, emiti a nota, entreguei à vendedora e pedi que ela ligasse para a transportadora. Voltei para minha mesa e vi que era hora de sair para o compromisso. Saí correndo para casa pois minha irmã ia junto. Quando cheguei em casa lembrei que não tinha olhado o extrato do banco (uma das três coisas essenciais que eu tinha que fazer), tentei por uns minutos mas a internet tinha algum problema. Pensei: ligo do carro para o gerente. Fui para PoA, fiz o que tinha que fazer, voltei, almocei e… PUTAQUEOPARIU não liguei pro gerente do banco. Agora já passou a hora que podia.

Uma análise? Várias coisas começadas, muito poucas acabadas, milhares de pensamentos simultâneos, desordem, bagunça mental. Sempre pensei que eu era organizado. Hoje percebo que sou organizado com o que me concentro e faço direito. Só tenho dois problemas: Não consigo me concentrar, e se não for para fazer direito, não faço.

Para quem lê, uma crônica sobre déficit de atenção. Para mim, a rotina.